Na segunda metade do século XIX, a África foi colonizada e explorada por nações européias, principalmente, Reino Unido, França, Alemanha e Portugal.
A Europa que passava pelo processo de Revolução Industrial, necessitava de matérias-primas e novos mercado para as suas mercadorias, e, uma das soluções encontradas foi a exploração de regiões da Ásia e África que tinham maior recurso de matéria prima. O continente africano foi “repartido” na Conferência de Berlim (1884-1885) entre os países europeus que implantaram um novo sistema imperialista, desrespeitando a cultura e diversidade étnica na região. Já em 1895, a distribuição do continente estava inteiramente realizada com a exceção do Saara, do Sudão, de Marrocos e da Etiópia. O novo imperialismo era movido pela revolução industrial e tinha a supremacia técnica e alta produtividade como expressão máxima.
Os europeus desenvolveram dois tipos de imperialismo: o imperialismo de troca e o imperialismo de extração. O primeiro consistia na troca ou compra de um tipo (geralmente matéria-prima) de mercadoria por outra e, o segundo tratava da extração propriamente dita dos recursos naturais dos países colonizados, onde a passagem de um estádio para outro não operou de uma forma pacifica. Portugal conheceu no decurso da primeira metade do XVI o cúmulo da opulência imperial com a gênese da primeira vaga de expansão ultramarina européia, criando um tipo particular de imperialismo, o de troca.
Existe uma diferença bastante notória entre os dois tipos de imperialismos, o de troca e o de extração. De acordo com alguns autores:
este último explorou as suas possessões coloniais para obter matérias-primas e um mercado de consumo para os produtos da metrópole, muitas vezes manufaturados partindo das matérias-primas destas mesmas possessões. Os outros utilizavam simplesmente um sistema de trocas vantajoso de matérias-primas, ou, no melhor dos casos, controlava a sua extração.*
*(MELO, et al., p.14)
A principal diferença reside no papel da técnica em cada uma das categorias de imperialismo. No imperialismo do século XIX reina a superioridade técnica em todo domínio. Estruturando e definindo todos os aspectos da realidade colonial, é ao mesmo tempo o motor e a significação da totalidade das relações econômicas e sociais em causa. Em contrapartida, no tipo mais recente de imperialismo, o imperialismo neoliberal, a superioridade técnica limita-se à possibilidade de utilizar a violência de uma maneira essencialmente exterior, sem mudar em fazer progredir os processos estritamente econômicos. *
*(Ibid. p.14).
Dentre as estratégias e manobras do roubo/saque, atraso e exploração dos países imperialistas em África, usando da sua superioridade militar para reprimir qualquer tipo de revolta, destaca-se a tentativa de imposição da cultura européia desde seus usos e costumes que incluem o consumo somente de produtos das suas indústrias. Observando que tal comportamento estava sendo direcionado para um povo que já tinha diversidade cultural enraizado nos seus povos. O pretexto deste comportamento tinha como base a disseminação da ciência e do progresso. Outra estratégia foi à realização da Conferência de Berlim proposta por Portugal como já falado anteriormente, pois, a Europa necessitava de matérias-primas para sustentar a força de produção das suas indústrias e também de novos mercados de consumidores para as suas mercadorias.
Com o presente objetivo pensaram em explorar o continente Africano e Asiático. Nessa conferência, os países imperialistas dividiram os territórios africanos pensando apenas em explorar os recursos aí existentes, tanto assim que não respeitaram a história, a cultura e diferenças étnicas encontradas. Dividiram os territórios e distribuíram entre eles semeando rivalidades e ódio entre as populações, enquanto isso, aproveitaram para saquear todas as riquezas e matérias-primas. Não se faz necessário uma análise profunda para chegar-se a conclusão do genocídio sócio-espacial e cultural que o continente sofreu, deixando fortes marcas e traumas psicológicos e físicos que são sentidas até aos dias atuais.
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