terça-feira, 7 de dezembro de 2010

II. POVOAMENTO DA GUINÉ-BISSAU

A Guiné-Bissau, segundo a descoberta das primeiras evidências de vida humana encontradas na África ocidental, em 200000 a.C, era habitada por povos florestais, Homo erectus, os antecessores do Homo sapiens (homens contemporâneos).*

Antes da chegada dos Mandigas (Malinkés, Maninkas) à Guiné-Bissau, vindo do Alto-Niger, no séc. XII haviam estalado um número considerável dos grupos étnicos: Diola, Banhuns, Cassangas, Cobianas, Balantas, Manjacos (Brames, Papéis), Beafadas, Bijagós, Nalus, Cocolis. Encontrando esses grupos no interior, os mandingas expulsaram-nos para a zona litoral, constituiu o reino de Gabu, conhecido pelo império de Kansala, dependia de Império de Mali até no Sec XV.*
* (História: A Guiné e as ilhas de Cabo Verde, PAIGC, 1974, pp. 51-56.)



Desde o momento que os guerreiros mandingas instalaram na Guiné-Bissau, comandado pelo Tiramakhan Traoré, General de Sundiata Keita, Imperador de Mali, o Reino de Gabú passou a ser província do Império e governado por um (Farim) escolhendo entre os membros Mané e Sané.

Após o declino do império de Mali no Século XIV, essas províncias tornaram-se independentes do império, passaram a funcionar com toda autonomia.

O Reino de Gabu dirigido por um Mansa (rei), tinha cinco províncias sob o seu controle: Pathiana, Djimara, Sana, Manna, Paquessi e Pay; cada uma dessas províncias era dirigida por um governador (Farim).


A decadência do Reino de Gabú foi em 1867 numa guerra (Trubam) provocada pelos Fulas. Durante esses anos os Fulas conseguiram mobilizar força para liquidar definitivamente o Reino de Gabú que está a ser dirigido por Dianké Wali. Quando começou a guerra o Reino de Gabú percebeu da derrota que poderia ter com as forças Fulas, decidiu meter fogo na reserva de pólvora, deu numa explosão que vitimou tanto a sua força como a dos Fulas. Pois os fulas passam desde já a controlar o território que era governado pelos Mandingas, Reino de Gabú.

Os grupos étnicos que viviam no interior da Guiné antes da chagada dos mandingas no Séc. XIII, viviam em grupo e adoptam quase o mesmo sistema administrativo do império do Mali ou dos Mandingas, reconheciam a soberania do imperador: Reino ou organização de chefes e respeitavam a soberania do rei e a sua corte.

O Resultado de censo de 1950 confirma a existência de cerca de 30 grupos étnicos numa população indígena de 502457 habitantes, os principias grupos estavam etnicamente distribuídas da seguinte forma:*
*(Colonialismo Portugues em África: A tradição de resistencia na Guiné-Bissau (1879-1959), Autor: Peter Karibe Mendy, p. 77.)


Um comentário:

Este espaço busca ser um lugar de interação com contribuições em temas relacionados às Culturas Afroameríndias, suas diversas manifestações e contextos. Nos campos de exposição, apresento em forma de reflexões alguns textos sociais, históricos, políticos, teológico-religiosos e educativos. Também o universo das artes e literaturas são outras referências, leituras e aprofundamentos, conforme este processo de interlocução dialógica em construção.
Agradeço-lhe pelo interesse em reconhecimento e atenção ao nosso trabalho!

Atenciosamente,
Reinaldo.

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