quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Jesus em sua Ascensão


Conforme a tradição bíblica: nos seguintes textos a experiência da "Ascenção de Jesus" (cf. At 1,9-11 e Lc 24, 46-53).

 
Segue uma reflexão:

A origem da Solenidade da Ascensão do Senhor inspira-se nos textos bíblicos que relatam a subida de Jesus aos céus, 40 dias depois de sua Ressurreição. Os relatos Sagrados relacionam a Ascensão do Senhor com a vinda do Espírito Santo. Jesus sobe aos céus prometendo que enviará o Espírito Santo para sustentar os discípulos na tarefa evangelizadora (At 1,6-8). Este é um dos motivos pelos quais, em algumas Igrejas, era comum celebrar a Ascensão e Pentecostes numa única Liturgia. A separação entre as duas festas, contudo, já é mencionada a partir do século IV, como consta em um Lecionário Armeno e em dois sermões feitos pelo Papa Leão Magno.

Os textos das missas que descrevem a teologia das antigas celebrações celebram a Ascensão como glorificação de Jesus em vista de confirmar a fé dos discípulos, enviados a evangelizar o mundo. Outro texto diz que a encarnação de Jesus não lhe tirou a glória divina, prova disso é que Jesus subiu aos céus levando consigo a natureza humana. Nesse mesmo tom, uma oração depois da comunhão, do século VIII, proclama a Ascensão do Senhor como promessa que os discípulos de Cristo viverão com Ele na Pátria eterna, pois pela Ascensão, o Senhor abriu as portas para entrar na casa do Pai, canta um longo prefácio do século VIII.

Um rito que era realizado nesta solenidade era o apagamento do Círio Pascal, depois da proclamação do Evangelho. Com a reforma Litúrgica do Vaticano II, em 1963, esse rito passou a ser realizado na Solenidade de Pentecostes. O Círio é apagado, no Domingo de Pentecostes, durante a Liturgia das Horas (Oração da tarde), após o cântico evangélico.


Na Liturgia atual

Atualmente, a Solenidade da Ascensão do Senhor continua sendo celebrada 40 dias depois da Páscoa, mantendo assim, o simbolismo teológico do número 40 e a indicação bíblica do tempo de permanência do Senhor entre nós (cf At,1,3). Por motivos pastorais, muitas conferências episcopais transferem essa celebração para o 7o Domingo da Páscoa, como acontece no Brasil. É justificável, até mesmo do ponto de vista teológico, considerando que a Ascensão acontece em uma das aparições do Ressuscitado, que sempre acontecia aos Domingos. Os evangelhos sinóticos, além do mais, não citam o tempo de 40 dias depois da Ressurreição (cf. Mc 16,19; Lc 24,51).

A solenidade atual é celebrada com um formulário próprio, com indicações para a Liturgia da Palavra, nos três Anos A, B e C. A 2a leitura própria do ano é opcional nos três anos litúrgicos. Por exemplo, algumas leituras proclamam o relato da Ascensão, outras proclamam Jesus como sumo-sacerdote e/ou o envio missionário dos discípulos, com a missão de anunciar o perdão dos pecados.

A eucologia (orações que rezam o que cremos e celebramos) tira os olhos do céu e conclama os celebrantes a esperar ativamente a volta do Senhor Jesus (antífona de entrada). Atividade que se caracteriza pela evangelização (aclamação ao Evangelho) e é garantida pela presença do Senhor junto aos discípulos (antífona de comunhão). Na dimensão suplicante, o louvor memorial proclama a ascensão como “nossa vitória” e intercede a graça de participar da glória divina (oração do dia; sobre as oferendas), uma vez que nossa humanidade (em Cristo) já está eternizada (depois da comunhão).

O prefácio resume a dimensão memorial da Ascensão do Senhor. Jesus é apresentado como o vencedor do pecado e da morte, é glorificado junto do Pai e torna-se, definitivamente, o mediador entre Deus e os homens. Na Ascensão, Jesus é proclamado juiz da humanidade, Senhor do universo e garantia de que um dia participaremos da sua imortalidade (Prefácio da Ascensão do Senhor, I). O segundo prefácio canta: “subiu ao céu para nos tornar participantes da sua divindade” (Prefácio da Ascensão do Senhor, II). Este último prefácio faz memória da divinização da humanidade pela ascensão de Jesus Cristo. Ou seja, celebramos a realização da vocação cristã de modo pleno: tornar-se divinizado.


Comunicação celebrativa

É uma celebração alegre, afinada com o tom do Tempo Pascal. Por isso, flores e folhagens ajudam a transmitir a alegria da vida nova. Outra característica é o compromisso missionário, no Ano B, caracterizado também pela atividade pastoral de ministérios na comunidade (2a leitura). O repertório musical para a celebração é feito de canções alegres, pascais, canções de compromisso evangelizador e missionário. Além disso, a inclusão de uma ou duas canções celebrando o compromisso evangelizador cristão é uma boa escolha.

Três outros eventos marcam a celebração da Ascensão do Senhor: a semana de preparação para Pentecostes, o início da Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos e a Jornada Mundial das Comunicações Sociais. Eventos que não assumem centralidade celebrativa, mas podem ser destacados como meios e modos de testemunhar o processo evangelizador em nossos dias.

(Reflexões sobre a Ascensão de Serginho Valle)

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