quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sobre “MAGIA NEGRA”


Acontecimentos trágicos envolvendo vítimas de violência, crianças, no interior do Brasil, trazem uma recorrente controvérsia sobre ‘rituais’, pejorativamente chamados pela mídia como “magia negra”. Em muitos desses casos, a polícia também, que tem o papel de investigar acaba errando ao denominar algo do tipo referente a matérias deste tema. O fato de alguns agentes despreparados desconhecerem as religiões de matriz africana, acabam chamando indivíduos que cometem esses crimes por títulos religiosos do Candomblé, ou Umbanda.
Sem entrar muito nos méritos do que se estabelece como fato, o que acontece seguidamente a esta equivocada interpretação, transforma-se numa barbárie autorizada sem qualquer tipo de retratação. Assim, já muitos casos foram vistos referente a depredação e perseguição de religiões e religiosos de matriz africana: em casas, objetos e símbolos ligados à este universo.
Encontrei uma bela exposição, madura de quem soube definir corretamente (positivamente) o que alguns veículos e grupos de pessoas ignorantemente in-formadas insistem reproduzir. A bela interpretação sobre o que seria corretamente designado como “Magia Negra”, segue abaixo exposto, anteriormente socializado em rede social por Yannick Koutchou Koule, em 17 de Julho de 2012, e por mim desenvolvido entre acréscimos, formatação e citações, abaixo com algumas imagens em forma de homenagens:
Pelé em ação no jogo amistoso entre Brasil e Áustria, no estádio do Morumbi, 11/07/1971. Foto: Domício Pinheiro/AE

“Magia negra era o Pelé jogando, Cartola compondo, Milton cantando. Magia negra é o poema de Castro Alves, o samba de Jovelina... Magia negra é Djavan, Emicida, Mano Brow, Thalma de Freitas, Simonal. Magia negra é Drogba, Fela kuti, Jam. Magia negra é Dona Edith recitando no Sarau da Cooperifa. Carolina de Jesus é pura magia negra. Garrincha tinhas duas pernas mágicas e negras. James Brow e Milton Santos é pura magia.
Milton Santos
Um pesquisador implicado na realidade local, um pesquisador viajante e engajado (destaque dado em sua biografia de 1948 a 2001, pelo endereço: http://miltonsantos.com.br/site/biografia/)

Não posso ouvir a palavra magia negra que me transformo num dragão!
Michael Jackson e Jordan é magia negra. Cafu, Milton Gonçalves, Dona Ivone Lara, Jeferson De, Daiane dos Santos é magia negra. Fabiana Cozza, Machado de Assis, James Baldwin, Alice Walker, Nelson Mandela, Tupac, isso é o que chamo de magia negra.
Nelson Mandela
Uma homenagem a este grande homem do nosso tempo, aniversariante deste dia 18 de julho de 2012 (94 anos).

Magia negra é Zumbi dos Palmares, Malcon X, Martin Luther King, Mussum, João Antônio, Candeia e Paulinho da Viola. Jackson do Bandeiro, Usain Bolt, Elza Soares, Sarah Vaughan, Billy Holliday, Pixinguinha, Louis Armstrong e Nina Simone é magia mais do que negra.
Eu faço magia negra quando danço Fundo de Quintal e Bob Marley. Cruz e Sousa, Zózimo, Spike Lee, tudo é magia negra neles. Umoja, Espírito de Zumbi, Afro Koteban...
É mestre Bimba, é Vai-Vai, é Mangueira e todas as escolas transformando quartas-feiras de cinza em alegria de primeira.
Magia negra é Jimi Hendrix, Gilberto Gil, Mohamed Ali, Anderson Silva, é Solano Trindade, Sabotage, MV Bill. Pepetela, Ondjaki, Ana Paula Tavares, João Mello... é também Magia negra.
Magia negra são os/as brancos/as que são solidários na luta contra o racismo. Magia negra é o RAP, o Samba, o Blues, o Rock, Hip Hop de Africabambaataa.
Magia negra é magia que não acaba mais.
É isso e mais um monte de coisa que é magia negra. O resto é feitiço racista”.
Citado texto, inspirado no Poeta Sergio Vaz em “A NEGRA”


Para quem quiser curtir Magia Negra, acesse e ouça:
http://gonnabefunky.podomatic.com/entry/2011-06-18T08_59_28-07_00




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Este espaço busca ser um lugar de interação com contribuições em temas relacionados às Culturas Afroameríndias, suas diversas manifestações e contextos. Nos campos de exposição, apresento em forma de reflexões alguns textos sociais, históricos, políticos, teológico-religiosos e educativos. Também o universo das artes e literaturas são outras referências, leituras e aprofundamentos, conforme este processo de interlocução dialógica em construção.
Agradeço-lhe pelo interesse em reconhecimento e atenção ao nosso trabalho!

Atenciosamente,
Reinaldo.

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